terça-feira, 8 de junho de 2010

Antropófagos Saltimbancos

Desejo vão, disperso em beco ocre
Tornou-se desejo acre, ânsia insaciável da nudez.
As ordinárias vísceras, confusas na cópula
Perdem-se nos corpos amantes,
Na poeira cinza do vácuo

Sente o abuso da liberdade do gozo:
Frenesi asmática!
Dance comigo no chão oco e ouça o eco tilintar
Quando caídos,
Como poetas mortos,
Estivermos a nos devorar os corpos,
Como antropófagos saltimbancos.

Vamos à praça pública!

Diremos a todos sobre este lirismo vagabundo.

E quando nossos corpos, bêbados de carícias,
Lembrarem-se da sua amada à espera do seu telefonema apaixonado,
E dos rapazes românticos, ante minha casa, desafinando antigas árias,
Iremos nos entrelaçar, e entre suspiros e o último cafuné...
Nada dizer.

Patrícia Carvalho

Um comentário:

  1. Os ritos sexuais púlicos nos foram negados, outrora na carnivália vestiamos mascaras e iamos ao relento da noite para copular e procriar, somente os desejos sexuais eram o foco e nada de classes sociais ou esteriótipos eram requeridos, apenas o desejo de dois corpos avidos por orgasmos. Que me deras voltar a tal epoca onde tudo era mais facil. [André Demônio]

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