terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ode ao Fogo

Através do ímpeto contido dos movimentos
Logo todo o corpo incendeia-se em luz
Enquanto as mãos de Hefesto me conduz
Para o rubro cenário de meus alentos

Os pés, como faíscas, encontram o infinito do espaço
E este canto metafísico excita-me a dançar
Em plena liberdade a habitar,
Com o corpo, cada compasso

Oh! Prometeu, é compreensível seu delito,
Pois impossível seria a renuncia
Do elemento do qual das cinzas ressuscito

Assim como a fênix, do egípcio mito,
Que após a morte renasce e irradia
Com todo seu encanto distinto

Ode à Terra

Como se fosse ritual antropofágico
As expressões tornam-se rústicas
Ouça! Eis o prelúdio da primitiva música,
Que através do âmago soa mágico

Transpiro a alma pelos poros
Através desta ascensão cósmica
Ausente de qualquer razão lógica
Renasço da terra em busca de ouroboros

O negro batuque incita a dança rupestre,
E a argila confundisse com a carne humana
Pois ambas surgem do mesmo ventre

Eis nossa mãe, de beleza africana
Que do seu leito materno
Sublime proteção nos emana

Patricia Carvalho