domingo, 15 de agosto de 2010

Confissões Clericais (Sonetos Medievos)

Há tempos sangra o corpo de Cristo
Ante a simonia e a ardil indulgência.
Pérfidos clérigos não abstêm da carência
Sacrificando ditas palavras de São Bento

Na insídia cerimônia o padre entoa o canto:
“Nihil est quod Deus effcere non possit”* - Blasfêmia!
Ditas palavras sagradas, vos diz com decadência.
Ainda sentis o gozo infantil, pagão?! - Oh, desalento...

Agonia sinto, a sós, sobre a colina deste martírio.
O jovem clérigo penitência logo sofre;
A inocência lhe fora extirpada, no infiel silêncio.

Tal tormento que não cessa e muito fere
Devassa minha alma neste corrupto refúgio,
Onde minha fé, subornada, morre. - Morre...

* Nada é impossível diante de Deus

Patrícia Carvalho

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