Eu penso se o inexpressível destrói minha inspiração, pois estou pulsando versos e prosa, mas todos são abortados em dissonância. São cadências contrárias que escrevem minha rua de idéias e experiências. Na direção contrária está o contrário do que sou, ou do que penso que sou. Vem oposto, e aquela voz transeunte abafa meu sussurro, mas não o subestima; o completa. Por muito tempo estive num vácuo desconhecido, procurando algo que pudesse responder as indagações sobre mim mesma. Pensava estar perdida, pois imaginava que o meu encontro metafísico seria o reflexo no espelho, ou em alguma gota d’agua. Mas não! O meu encontro era justamente com o meu avesso; eu, tola, pensei que este havia gosto amargo, mas descobri que trata-se daquele lado desconhecido que tenho, que todos temos, porém, tememos de encontrá-lo. Tentei compreender essa minha metamorfose que ocorre em instantes, e que transforma faces e faces do que sou; mas não é nítido de compreensão, mas sim, apenas de sensações. Cada vez mais, nada compreendo, e tudo sinto. - Eu sou o desencontro do contrário de mim mesma.
Penso, logo existo? Assim disse René Descartes, mas o que ele mesmo não chegou a pensar é que a sociedade nós temos mais paradigmas tangentes a nossa subejetividade do que uma alcatéia de lobos. Mas taí a grande sacada da sociedade atual, sobreviver entre os lobos que querem copular com você e ao mesmo tempo comer sua carne, e eu eu não estou sendo eufemico quando digitei "comer".
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